De 10 a 17 de agosto de 2022 acontece a 30ª edição o Festival do Ora-Pro-Nobis do Pio na Serra do Cipó. O Evento reúne a tradição e as delícias da culinária mineira em uma das regiões mais bonitas do Brasil, a Serra do Cipó.
Organizado pelo artista Black Pio o Festival do Ora-Pro-Nobis do Pio conta com atrações imperdíveis e mantém viva a tradição histórica da cultura e culinária do povo Banto que tanto influenciou a culinária do Brasil.
Na Serra do Cipó o Festival do Ora-Pro-Nobis mais conhecido como ORA-PRO-NOBIS DO PIO fortalece a cultura e gastronomia local, onde cada restaurante participa com um prato especialmente preparado com Ora-Pro-Nobis.
Patrimônio cultural imaterial (ou patrimônio cultural intangível) é uma concepção de patrimônio cultural que abrange as expressões culturais e as tradições que um grupo de indivíduos preserva em respeito da sua ancestralidade, para as gerações futuras. São exemplos de patrimônio imaterial: os saberes, os modos de fazer, as formas de expressão, celebrações, as festas e danças populares, lendas, músicas, costumes e outras tradições e é onde se enquadra o Festival do Ora-pro-Nobis do Pio.
A cultura dos encontros ao sabor do ora-pro-nobis, envolvia várias pessoas no Morro das Pedras e reuniões a beira de um fogão a lenha, permitia o encontro de grupos de congadeiros , lideranças da comunidade, promissores artistas, apreciadores do ora-pro-nobis entre outros.
O ORA-PRO-NOBIS (Ropropró) ganhou espaço na culinária Mineira, através das famílias negras, que buscaram várias alternativas alimentares, em função de sua situação econômica causada pela exclusão racial e social.
Entre estas famílias destaca-se a aqui a família de Ronaldo Pio, que com sabedoria torna-se herdeira e que populariza a cultura do ora-pro-nobis, fazendo-o tornar elemento fundamental nos vários encontros culturais e sociais da região do Morro das Pedras.
Pio aprendeu a cultura do Orapronobis com sua mãe Nair Pio e os avós (Maria Barbara e Carlota) de Pio moradores de Ponte Nova Tias e Tios, pertencentes das comunidades das vilas São Jorge e do Pau-Comeu colhiam ali mesmo a saborosa planta e a juntavam ao incremento que normalmente era a carne de porco, lingüiça, entre outros e assim proporcionavam no encontro a troca de experiências e dos saberes populares.
Tia Minervina, anfitriã destra comunidade, reunia-se com a Comunidade e foi a prioneira na tradição do Ora-pro-nobis ao pé do fogão, como elemento das grandes rodas de conversas e encontros.
Há mais ou menos 10 anos o Ora-pro-nobis começou a ser industrializando e com isso começou a ganhar espaço em várias pesquisas científicas no Brasil e fora dele.
Segundo o pesquisador Nikolas Argyrios Mitsiotis, também escritor de livros, técnico em Apicultura e pesquisador independente “ Dentre as espécies de melissotróficas da flora nativa, segundo minhas pesquisas, destacou-se a ora-pro-nobis (Peréskia aculeata Miller), como planta de alto valor econômico e ecológico, por ser nectarífera, polinífera, por ser cactâcea, comestível e também por possuir elevado percentual de proteína digestível pelo organismo humano e do de diversas espécies de animais, conforme demostrado pelo professor José Cambraia da Universidade de Viçosa/MG.”
Percebe-se neste comentário, que o pesquisador fala do aspecto econômico da planta, do seu valor protéico e reafirma aqui a sabedoria popular que já dizia que uma simples planta encontrada nas cercas da cidade de Belo Horizonte, serviu para matar a fome de muitas famílias e se consagrou como uma tradição cultural em nossa cidade e em demais cidades de Minas Gerais onde são realizados vários festivais e encontros para saborear o Ora-pro-nobis como é o caso de Sabará.
Durante o Festival você poderá escolher ficar em casas, chalés, bangalôs ou pousadas na Serra do Cipó. Para te ajudar a escolher a melhor hospedagem, confira na lista a seguir as melhores hospedagens da Serra do Cipó.